O que faz do Design uma ferramenta cada vez mais estratégica no mundo dos negócios? Porque grandes empresas, como a Procter & Gamble, estao criando 'super times' de designers para atuarem praticamente como gerentes de produto? O que explica a reportagem de capa de uma recente edição da revista HSM Management que revela que de cada 10 CEOs de companhias de sucesso 9 eram designers, mesmo que não soubessem disso?
A resposta para estas perguntas é a mesma que justifica a inclusão do Design como categoria independente em Cannes, pela 1a vez, este ano. O diferencial do designer é a capacidade de, durante o processo criativo, usar como principal fonte de inspiração os desejos reais das pessoas. Não os desejos na superfície, empacotados aos montes nas qualis e quantis tradicionais. Mas os desejos que precisam ser garimpados, os mais profundos e às vezes impensáveis anseios do dia a dia.
Os designers têm essa incrível capacidade de garimpar desejos em investigações diferentes das qualis e quantis, normalmente numa 'investigação participativa'. Ou seja, fazendo parte da experiência da vida do consumidor para 'desenhar com' e não 'desenhar para'.
O Design de ambientes, especialmente o retail environment - uma das subcategorias do Design em Cannes - tem mostrado os resultados dessa conexão com os desejos das pessoas. Enquanto o varejo transforma as pessoas em shoppers e buyers, o Design quer falar com as pessoas e não com o papel que elas desempenham. Aí é que está a diferença.
Texto de Fred Gelli, diretor de criação da Tátil Design, diretamente de Cannes onde é um dos principais jurados na categoria design p/ o site http://www.bluebus.com.br
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