Nós, em algum lugar, alguma década, nos perdemos.
A sua avó queimou sutiã, usou pílula anticoncepcional, lavou roupa em máquina de lavar, foi ao mercado de trabalho. E, além disso, era ecochique, sem ser chata.
Usava hortaliças sem agrotóxicos, comprava pão na sacolinha de pano ao invés de usar a de plástico (até porque não tinha). Ia à feira com sacola de lona, que agora chamamos de ecobag. Reciclava roupas, sempre tinha uma costureira amiga por perto.
Nós, ainda bem que em tempo, estamos fazendo esse movimento em direção ao que foi bacana no passado. Também porque não tem outro jeito. É assim ou não vai ter mundo para os nossos descendentes.
Ações como separar lixo seco do úmido, reaproveitar roupas, reciclar móveis, evitar desperdício de água, comida e energia, quem sabe não resgatem em alguns de nós uma essência perdida, o pensar no seu próximo. Dar uma carona no seu carro pode significar um carro a menos na rua, consequentemente menos poluição e ainda uma boa conversa.
Quando ponho no lixo seco alguma coisa sem uso para minha família, faço com a consciência tranqüila, sabendo (ou supondo) que aquilo vai ter um aproveitamento por outra pessoa. Não vai ficar soterrado em um lixão atraindo insetos ou expondo meu igual a situações degradantes, como catar o lixo em meio aos urubus.
E se estou ficando “muderna,” feito minha avó, tenho vontade de estimular a mesma consciência em quem está ao meu redor.
Meu pouquinho tenho feito. Procuro saber a procedência do que vai à minha mesa. Ainda não compro produtos orgânicos, por causa do preço mais alto. Mas escolho produtos com menos agrotóxicos e da estação.
Ainda não compro roupas em fibra de bambu, pois não estão disponíveis à grande massa, da qual faço parte.
Ainda não me desvencilhei das sacolinhas de plástico do supermercado, pois são super úteis para embalar o lixo caseiro. O melhor seria que todos só produzissem as sacolas oxibiodegradáveis. Mas tenho uma ecobag, coisa que qualquer um pode ter. Aliás, vou dar uma real utilização para minha ecobag. Vou andar com ela na bolsa, pois sempre que lembro que poderia usá-la, está em casa. Posso colocar nela as compras da padaria, as compras do shopping, da banca de revistas, enfim, pequenos volumes. Fico mais chique e consumo menos plástico. Quer melhor?
Ao invés de copos descartáveis no trabalho, use canecas estilosas ou copos de vidro. Use mais a internet, não imprima coisas se não for absolutamente necessário.
A onda de retorno ao passado é geral. Aqui em Vila Velha, estamos acompanhando claramente esse movimento. A Prainha, bairro onde a cidade começou, volta a ser o ponto de encontro dos antenados. Bares, restaurantes e ateliês bacanas estão abrindo por lá, delineando o que vai ser o futuro do local: um espaço das artes, história e gastronomia. Que bom!
E aí? Você nos acompanha nessa onda?
Por: Mônica Boiteux (10/07/09)